
PARA COMEÇO DE HISTÓRIA: OBRAS QUE TRATAM DA HISTORIOGRAFIA DO IFCE
17 de agosto de 2025
A LÍNGUA INGLESA COMEÇA A SER ADOTADA NA ESCOLA INDUSTRIAL DE FORTALEZA
17 de agosto de 2025A cidade de Fortaleza foi uma das 19 cidades contempladas pelo decreto n. 7.566, de 23 de setembro de 1909, que criava as escolas de aprendizes artífices. O efetivo funcionamento da Escola de Aprendizes Artífices do Ceará se deu em 24 de maio de 1910 em um sobrado que pertencera a Joaquim da Cunha Freire, o Barão de Ibiapaba, influente político fortalezense do século XIX. A casa localizava-se na Rua da Praia, atual Avenida Pessoa Anta, nas redondezas da Caixa Cultural. Os primeiros cursos ofertados eram as oficinas de marcenaria e carpintaria, de serralheria e ferraria, de alfaiataria, de sapataria e de tipografia.
Em 1914, a Escola de Aprendizes Artífices do Ceará mudou-se para um prédio onde funcionava o Batalhão de Segurança, vizinho ao Theatro José de Alencar, na Praça Marquês de Herval, atual Praça José de Alencar. Em 1932, mudou-se mais uma vez, desta feita para a Avenida Filomeno Gomes, no tradicional bairro do Jacarecanga.
Nos seus primeiros anos de funcionamento, a Escola de Aprendizes Artífices do Ceará aceitava ingressantes entre os 10 e 13 anos de idade. A eles, com a filosofia pedagógica de meramente ensinar ofícios artesanais, eram ministradas oficinas com o propósito de dotá-los com preparo técnico e intelectual suficientes para que adquirissem hábitos de trabalho que os afastassem da ociosidade. Em 1918, foram inaugurados cursos noturnos, nos quais passou-se a ter a oferta de curso primário, com o objetivo de, além dos ofícios, ensinar também conteúdos programáticos em sala de aula.
Em 1937, processou-se a terceira mudança de endereço da escola, que passou a ocupar as dependências do antigo Liceu do Ceará, na Praça dos Voluntários, no centro de Fortaleza. Nesse mesmo ano, houve a primeira mudança de nomenclatura. Coincidiu com as mudanças profundas que o país atravessava após a Revolução de 1930. Com o intenso processo de industrialização, passou-se a chamar Liceu Industrial de Fortaleza, enfocando o ensino profissional de todos os ramos e não somente os ofícios artesanais. Em 1940, o Liceu Industrial de Fortaleza mudou-se para a Rua 24 de Maio, sob o nº 230, no centro da cidade, sendo a quinta sede da escola desde 1910.
Em 1941, a instituição recebeu nova denominação, passando a se chamar Liceu Industrial do Ceará, sendo a terceira institucionalidade da escola. Entre 1942 e 1965, mais uma mudança de nome: Escola Industrial de Fortaleza. É nessa institucionalidade que, em 1952, inaugurou-se o primeiro prédio próprio da escola (foto), onde até os dias de hoje se encontra o campus de Fortaleza do atual IFCE. A denominação Escola Industrial de Fortaleza foi extinta em 1965 e passou a se chamar Escola Industrial Federal do Ceará. Porém, esta nomenclatura só durou três anos, pois, em 1968, por meio da portaria n. 331, do Ministério da Educação e Cultura, de 6 de junho de 1968, mudou-se o nome para Escola Técnica Federal do Ceará.

Conforme Silva (2024), a institucionalidade Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE) confere a nomenclatura mais lembrada até hoje pelos cearenses. Na década de 1970, ocorreu uma significativa expansão da ETFCE, tanto em número de matrículas quanto em construção de novos blocos de sala de aula, além de uma piscina semiolímpica. Na década de 1990, houve expansão da ETFCE também pelo interior do estado – em 1995, são inauguradas as Unidades de Ensino Descentralizadas nas cidades de Cedro e de Juazeiro do Norte.
Em 1999, a ETFCE transformou-se em Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará. Passa a ofertar cursos superiores na modalidade tecnológica, sendo Tecnologia em Gestão de Empreendimentos Turísticos e Tecnologia em Mecatrônica Industrial os pioneiros.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará foi estabelecido pela lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. De início, aglutinou os campi de Cedro e de Juazeiro do Norte, como também as Escolas Agrotécnicas Federais de Crato e de Iguatu. Atualmente, o IFCE está presente em 33 cidades no estado Ceará.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SILVA, José Solon Sales e. Ontem Escola de Aprendizes Artífices, hoje Instituto Federal do Ceará. Fortaleza: EDIFCE, 2024.